A Marcha de Mulheres Afro descendentes do Norte do Cauca foi uma importante mobilização de 80 mulheres afro descendentes em contra a exploraçao garimpeira em grande escala. Por defesa de seu território e de suas práticas ancestrais.
Sairam em novembro de 2014 do pequeno povoado de La Toma, município de Suárez, estado do Cauca, no sul da Colombia, percorrendo cerca de 10 cidades da Colômbia até a capital Bogotá. A marcha foi iniciativa por mulheres garimpeiras do povoado de Suarez, exigiam ao governo frear a exploração mineira a céu aberto que estava acabando com seu território,com a floresta e toda a vida beira rio da comunidade.
O garimpo artesanal tem sido a atividade praticada ancestralmente pelas comunidades negras do litoral pacifico colombiano, já no século XVII o povoado de La Toma, que faz parte de Suárez, nasceu como quilombo dos escravos que fugiam dos senhores espanhóis. Desde aquela época a comunidade viveu da agricultura, da pesca e da extração manual de pepitas de ouro que o rio traz da montanha.
Hoje o governo colombiano esta autorizando a apropriação dos territórios ancestrais por parte de pessoas e empresas multinacionais que desejam extrair o ouro da terra em grande escala com máquinas escavadoras, destruindo o meio ambiente e por conseguinte o tecido social da comunidade, provocando violência e deslocamento da população que é ameaçada por defender seu território e suas tradições.
As mulheres mineiras do norte do Cauca foram pioneiras na mobilização pela defesa dos diretos da sua comunidade ancestral. A pesar das ameaças de morte que receberam dos grupos paramilitares, organizaram uma marcha nacional com cânticos e palavras de ordem tradicionais, acompanhadas pela guardiã quilombola, conformada por seus companheiros varões.
Chegaram andando até a fria cidade de Bogotá, invadiram o palácio do governo e exigiram ser ouvidas pelo ministro do interior. Ali conseguiram a firma de vários acordos: seria conformada uma comissão para identificar os prejuízos a saúde, sociais e ao meio ambiente provocados pela exploração garimpeira a grão escala, também para solucionar eles. Se estabeleceu que as comunidades ancestrais como a de La Toma, iam ser consultadas antes de autorizar o ingresso de escavadoras no território, e o governo se comprometeu a proteger as comunidades dos interesses das empresas garimpeiras.
As mulheres de La Toma, acreditam que esses acordos não são a solução definitiva aos problemas de sua comunidade, mas acham que são os primeiros logros na luta pela defesa do seu território e da vida digna.
Garimpeiras Artesanais
Exploração em Grande Escala
Localização Geográfica